quarta-feira, 15 de junho de 2011

LETRA

Abri ! Eu chamo-me a Anarchia!



E sou o Turbilhão colérico e profundo,

que vem varrer a terra, o rato nunca visto.

Venho cheio de pó, cansado, todo immundo.

Em toda parte o mal! Em toda parte o Christo!

Sou quem trago a sentença escripta contra o mundo,

e que açouto o cavallo em sangue do Anti-Christo!



Sou quem trago commigo os rotos esquadrões

da plebe esguedelhada, anonyma, assassina.

Sou quem hei de varrer reis e religiões,

a indignação de baixo, a colera ferina

Já chegou a Justiça o sangue das Nações!

- A pé, a pé, a pé! A cotovia trina!



Papas, bispos, e reis, peitos de diamante!

Como não chorareis ouvindo o grande abalo?

Allemanha, arremessa ao Rheno o teu guante

Tu, Igreja, renega antes que cante o gallo

- Justiça, mostra já teu dedo flamenjante!

- Vingança, vai sellar o teu feroz cavallo!



Gomes Leal

Nenhum comentário:

Postar um comentário