DO CABARE AO LAR: A UTOPIA DA CIDADE DISCIPLINAR - BRASIL 1890-1930
Em meados da década de 1920 se constitui um novo dispositivo estratégico de moralização do proletariado, isto fica marcado no 1° Congresso de Habitação realizado em 1931.
A estratégia de diciplinarização do trabalhador e a rede de relações familiares a partir da construção de Vilas Operárias e de toda organização do lazer do operário sendo um lugar totalmente fechado, caracterizando o período da formação de trabalho livre do país.
Na década de 1920 um novo regime se instaurava através da burocracia impessoal, técnica e racional e discutia e resolvia aquilo, que ela própria determinava.
O exercício do poder na perspectiva operária cede lugar ao exercito invisível das técnicas disciplinares que foram impostas das soluções aventadas por todo um corpo de “especialistas”.
A questão da habitação popular era tematizada e construída por todo um arsenal de conhecimentos mobilizados pelos dominantes, menos como problema material ou financeiro como a questão moral.
A problemática da habitação operária, inicialmente constituída pelo saber médico-higienista e progressivamente incorporados pelos saberes técnicos e científicos e “objetivos” da engenharia, da arquitetura e da sociologia sofreram um deslocamento através de operações em que as imagens e representações imaginárias se acoplaram ou se opuseram criando todo um campo de dimensão simbólica e real.
Realizado em maio de 1931 em São Paulo seu objetivo era buscar soluções para os problemas do urbanismo entre os quais as habitações dos trabalhadores.
Os parâmetros a serem usados era a de países mais “civilizados” como: Inglaterra, França e Estados Unidos. Os engenheiros tentavam diagnosticar a origem dos aspectos mais marcantes do proletariado, que a habitação que na sua maioria era precária.
Para melhor se expressar sobre o assunto a autora fala sobre três artigos, que seriam importantes para o entendimento da problemática: “Sugestões para a solução do problema das casas operárias” “Habitações econômicas” e “casas populares-cidades/jardim”
Nos textos predominavam os conceitos progressistas do urbanismo europeu.
A habitação popular passa a ser no discurso dos especialistas. Reclamavam uma ação mais efetiva dos poderes públicos, responsáveis pelo abandono em que se encontravam a classe do proletariado, ao contrário da classe média, os engenheiros e arquitetos constatam as péssimas condições em que vivem os trabalhadores rurais e urbanos.
A ciência e a técnica devem indicar soluções para superar os obstáculos ,que os homens enfrentam em sua relação com o meio. As inovações tecnológicas devem ser aproveitadas na remodelação da cidade na linha do pensamento urbanístico progressista assegurando a saúde e a higiene dos habitantes. Estavam fissurados com desejo de desaglomerar os pobres de todos os espaços de sociabilidade.